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Capítulo 4: Sem Motivos para Sorrir.
Capítulo 4: Sem Motivos para Sorrir.

No dia seguinte, acordei sem alegrias em meu ser. Tomei meu banho matinal, tomei café da manhã com as garotas, porém não senti vontade de rir das coisas engraçadas que eram ditas na mesa.
No ensaio foi da mesma fora. No dia seguinte também, e no outro, e assim por muito tempo..

***

5 anos depois..

Durante todos os anos que vivi aqui, sempre fui uma boa garota, e completamente encantadora, apesar de não sorrir mais. E vendo meu sofrimento pelo o que aconteceu comigo, sr. Zachary me permitiu uma temporada apenas fazendo a limpeza da casa, até criar coragem para enfrentar os palcos da noite.
Porém, com o decorrer do tempo, mesmo ninguém me dizendo, pude notar que isto estava se tornando folga de minha parte. Não me levaram ali para ser faxineira, e sim, para dar lucros da mesma forma que as outras garotas.
Sendo assim, eu estava decidida à iniciar meu trabalho na noite daquele dia.

***

— Se Tea tomar meus clientes, arrancarei a cabeça dela. — disse Luli,uma das garotas, num tom brincalhão.

— Fique tranquila, terei os meus próprios. — informei-a.

— Tea, regra número 1 para conseguir bons clientes: sorria sempre e encare. — disse Ronnie, uma outra garota, se aproximando de mim e movendo minhas bochechas para lados opostos, com a intenção de formar um sorriso em meus lábios.

— Ok. — disse eu, entre os dentes.

— Ensaie este sorriso. Ele esta falso demais! — disse Luli, me encarando.

— Vou tentar. — toquei em meus lábios — Já posso ir? Preciso ter contato com a natureza. Ela me dá forças de uma forma que eu não entendo. — continuei, me pondo de pé.

— Claro, mas volte cedo. Temos que arrumá-la! — disse Luli, sorrindo um pouco.

Assenti com a cabeça para as duas e em seguida saí dali.

Antes de ter meu passeio matinal, passei em meu quarto e peguei um chale. Assim que o envolvi em meus ombros, saí de casa e segui para a floresta.
Caminhei por um certo tempo, até que cheguei em um riacho repleto de pedras à sua volta. Movi-me para perto de uma delas com a intenção de sentar-me em uma delas. Foi aí que vi um movimento na água, alguém mergulhava na mesma e pela cor que estava em seu corpo, estava quase despido.
Ignorando esta presença, fechei meus olhos e procurei relaxar sentindo o cheiro da natureza e uma leve brisa que movia meus cabelos.

— Olá, moça. — disse uma voz masculina, surgindo de repente e me fazendo dar um pulo de susto.

Este pulo me fez desequilibrar da pedra, porém quando ia cair, o rapaz segurou em um dos meus braços. Em vão, pois estava de mal jeito e acabou escorregando. Caímos na água, e ao sentir o gélido da água, estremeci.
O rapaz segurou em minha cintura e me levou à superfície.

— Oh meu Deus, que frio. — disse eu, segurando-me em seu pescoço, enquanto ele me guiava até uma pedra.

— Perdão pela minha fraqueza, senhorita. Não me sobrou dinheiro para o almoço, estou juntando, pois um amigo vai me levar à um lugar hoje, para que eu possa me divertir um pouco. — o rapaz tentou se justificar.

— Isto não é motivo. É lei da vida o homem ser forte, estando alimentado ou não. — disse eu, adivertindo-o.

— E é normal da vida algumas mulheres comerem mais do que se deve. — disse ele, colocando-me sentada sob. a pedra.

— Oh, está me chamando de gorda? — o encarei, perplexa.

— Não. Só que está pesada demais. — disse o rapaz, voltando à nadar para buscar meus sapatos que se soltaram de meus pés conforme o impacto com a água.

Bufei de raiva e permaneci ali, tremendo. 

Assim que o rapaz encontrou meus sapatos, nadou até mim. E num gesto delicado, os colocou em meus pés. Em seguida ele me encarou e sorriu com simpatia. E este sorriso me fez lembrar de alguém que conheci à alguns anos atrás.

— Para reprimir minha indelicadeza, posso levá-la até sua casa? Meu cavalo está logo ali.. — o rapaz apontou para um canto próximo ao riacho, mostrando-me um cavalo.

— Não precisa, senhor..? — 

— Marcus! Mas me chama de Cuca, se quiser. É assim que todos me chamam, por um motivo de longa história. Eu poderia lhe contar, porém tenho que voltar ao trabalho. — ele saiu da água e seguiu até suas roupas.

O encarei conforme ele ia vestindo suas roupas, que estavam aparentemente surradas, mas que lhe caía muito bem, deixando um pouco à mostra uma parte de seu peitoral.

— Vem, faço questão de lhe levar, senhorita. — Marcus se aproximou de mim, e estendeu-me uma das mãos, novamente sorrindo com simpatia.

— Sem formalidades, por favor. — peguei em sua mão, e sem dificuldades nenhuma ele me colocou de pé — E não precisa me levar, moro perto daqui. — soltei minha mão, e apontei na direção de onde eu vim.

— E se eu te levar à força? — disse ele, num tom brincalhão.

— Eu.. Eu grito! — cruzei os braços e arquiei as sobrancelhas.

Ele soltou um riso e fez um movimento como se fosse me pegar. Vendo que minha expressão não mudava, ele parou de rir e me encarou, com dúvidas.

— Você não sorri, moça? — perguntou-me ele, me encarando.

— Todos que conheci me perguntaram a mesma coisa.. Não, eu não sorrio. De uns anos para cá não vi motivos para isso! — disse eu, arrumando meu chale em volta de mim e tremendo um pouco — Bom, vou indo, ou pego um resfriado. — continuei, saindo andando.

— Me diz teu nome!? — disse ele, correndo até mim.

— Stella, e assim como você eu tenho um apelido. Tea. Sem motivos, apenas por costume.. — continuei à andar.

Logo Marcus parou de andar, e pude senti-lo me fitando enquanto eu partia dali. Antes de sumir pela mata, olhei entre meus ombros e Marcus esboçou um sorriso bobo nos lábios. Mesmo com vontade de retribuir, não consegui.

Foi tanto tempo sem sorrir, que acabei me esquecendo como se fazia isso..

***

Stella Merchant-A Garota De Sorrisos Ensaiados é uma web novela criada originalmente por Thais Ribeiro, uma garota de apenas 17 anos. A história é resumida basicamente em sofrimento, onde no começo se inicia contando o pior dos sofrimentos vividos pela garota Stella. Sendo assim, a mesma cresce amargurada e acaba por se transformar em uma garota de sorrisos ensaiados no qual tem como explicação a falta de motivos para sorrir.




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