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Capítulo 6: Sem Saída.
Capítulo 6: Sem Saída.

No dia seguinte acordei radiante. A noite havia sido perfeita, não tive que fazer nada que eu não quisesse, e ainda conheci um rapaz maravilhoso e que provavelmente seriamos amigos. Ele era diferente dos demais que já presenciei, era humilde, bonito e eu não via a hora de vê-lo de novo.

***

— Bom dia, garotas. — disse eu, sentando-me em meu lugar na mesa.

— Você não sorri, porém estou vendo algo de diferente em sua expressão. — disse Luli, sempre observadora — Me diz, tem algo haver com aquele cliente que você passou horas trancada? Ele tinha produto invejável, é? — continuou, rindo.

— Luli! — dei um tapinha em seu ombro, e corei.

— Que foi? Ele é alto e forte, tem mãos grandes de pés também. Se não tiver produto grande, é aleijado! — ela continuou, pegando duas banacas e fazendo malabarismo.

— Já chega, Luli. Tea é novata nisso, e fica facilmente tímida! — disse Dora, surgindo na cozinha.

— Estou dolorida, confesso! — falei por fim — E olha que Marcus foi super delicado.. — bebi um gole de café.

— Viu? Ela sabe que está entre amigas e se abre.. — disse Luli.

Continuamos à conversa por um longo tempo.
Depois, fomos para o estúdio, ensaiar a coreografia daquela noite.

***

A hora da apresentação novamente chegou. E ao chegar ao palco, procurei por Marcus em todos os cantos e não consegui o avistar. Confesso que me entristeci um pouco, porém segui com a apresentação.

Ao terminar, caminhei pelo salão à procura de Marcus ou até mesmo Jonattas para saber o motivo pelo qual Marcus não estava ali. Porém, não encontrei nenhum deles.

— Vamos para o quarto? — disse um homem, surgindo ao meu lado, sorrindo. 

Ele tinha idade para ser meu pai.

— Não posso. Já estou esperando alguém.. — disse eu, para ele.

— Mas você não tem escolhas. Eu tenho dinheiro, e... — 

— E se continuar tentando me levar para a cama contra minha vontade, catarei todo seu dinheiro, farei uma bola e enfiarei no teu cu! — me exaltei, saindo correndo dali em seguida.

Saí do salão correndo, nem me importando com o tamanho do meu salto e com os momentos em que virei o pé. 
Fui para meu quarto e me tranquei, vesti meu pijama e em seguida fui para perto da janela, observar a noite. Fui para a cama tentar dormir em seguida. E apesar de rodar muito na cama, consegui dormir.

***

No dia seguinte, fiz o mesmo em que todas as manhãs e depois desci para o café. Novamente eu estava reservada e sem expressão como nos dias anteriores. A maneira no qual tratei o cliente ontem foi errado, eu sei, mas comigo não tem essa de riquinhos acharem que o mundo gira em torno do umbigo deles. Não é justo e comigo não existe isso, mesmo se eu sofra as consequências depois.

— Bom dia, garotas. — disse sr. Zachary, surgindo na porta da cozinha.

Todas responderam em coral.

— Posso falar com você, Tea? — ele continuou, encarando-me.

— Claro. — peguei uma maça e me levantei de meu lugar.

O acompanhei até seu escritório, em silêncio. E ao chegar até o mesmo, sentei-me em uma das cadeiras frente à mesa e dei uma dentada em minha maça, enquanto esperava que sr. Zachary começasse a falar.

— Bom, te trouxe aqui por um motivo pelo qual você já deve saber. — ele começou.

Revirei os olhos e suspirei alto ao lembrar-me de ontem à noite.

— Pois bem, um cliente reclamou de você para mim. Disse que você foi mal educada e que ameaçou de bater nele. — ele continuou, sempre calmo.

— O que? — o encarei, perplexa — Mas sr. Zachary, ele me tratou como se eu fosse um objeto que ele compra em um armazem quando e na hora que quiser.. E outra, eu não bati nele. Se eu batesse, seria frouxo da parte dele. — continuei, fitando minha maça.

Sr. Zachary soltou um riso baixo entre os dentes, mas logo ficou sério novamente.

— Desde quando você chegou aqui, Dora e eu procuramos ao máximo lhe educar como se você fosse nossa filha. Para nós, você ainda é aquela garotinha esperta e adorável. Por que é que agora você resolveu agir diferente? Homem nenhum tem culpa de você encantá-los com sua beleza, e também não tem culpa de a sociedade passar uma imagem diferente das dançarinas de cabaré. Pega leve com eles.. Você sabe que, apesar de meu negócio ser ilegal, dependo disso para dar o melhor à você, e a todos que vivem aqui. — disse ele, num tom calmo.

Assenti a cabeça e coloquei a maça sob a mesa.

Coloquei-me de pé e dei a volta na mesa até chegar próxima à sr. Zachary. Em seguida, o fiz levantar e o abracei forte, como sempre fazia desde que cheguei aqui e o conheci.

— É um bom homem, sr. Zachary.. E creio que um pai para todas nós. — disse eu, com a cabeça encostada em seu peitoral.

— Fico feliz em significar isso para vocês. — disse ele, desapertando o abraço e me encarando.

Sorri para ele e me afastei, voltando para meu lugar em seguida.

Ficamos ali conversando por um longo tempo. Rimos, jogamos xadrez, contei à ele que conheci um rapaz interessante, e ele me contou suas coisas também. Éramos como amigos.
Depois, nos despedimos e foi cada um para seus afazeres.

***

À noite, antes da apresentação, espiei a platéia para ver se Marcus estava pelos arredores. Caso ele não viesse, esta noite eu não poderia decepcionar sr. Zachary novamente, mesmo contra minha própria vontade.

— Ele não veio. Mas o amigo dele veio e me parece gatinho.. — disse Ronnie, surgindo ao meu lado de repente, e fazendo-me levar um pequeno susto.

— E-eu não estava procurando ninguém! — tentei disfarçar — Estava procurando clientes mais novos. Me recuso à ser esmagada por grávidos.. — cruzei os braços e segui em direção ao camarim.

***

Após mais uma apresentação, desci do palco e novamente recebi elogios de alguns homens ali presentes. Em seguida, pedi-lhes licença e fui ver se tinha a sorte de encontrar Marcus, porém, não tive essa sorte. Encontrei apenas Jonattas, sentado no bar do salão, bebendo.

— Por que Marcus não veio? — perguntei à ele, sentando-me ao seu lado.

— Marcus? Pra que Marcus, se você tem ao Jonattas, 3 vezes melhor e mais forte. — ele ja estava alterado pelo álcool — Hoje é a minha vez, pode s..er? — continuou, quase derrubando o copo que estava sob o balcão, com o cotovelo.

— Você mal se aguenta em pé! — retruquei.

— Mas não transarei em pé, e sim, deitado. — ele se levantou e me puxou pelo pulso.

O segui sem hesitar.

Marcus não apareceu, então eu não teria outra escolha à não ser me entregar à Jonattas.

***

Entramos no quarto e ele logo trancou a porta, mesmo quase não se aguentando em pé. Fiquei próxima à janela, ainda com a esperança de que Marcus surgisse de repente, adentrando o salão. Porém esperei em vão.

Jonattas surgiu de repente atrás de mim e passou à depositar beijos em minha nuca, enquanto acariciava minha cintura. Não movi um só músculo para lhe retribuir as caricias, eu não sentia desejo algum por ele. Notando que eu não tinha interesse algum em tocá-lo, ele começou a abrir os botões de meu vestido, enquanto descia seus lábios da nuca para os ombros, depositando beijos. Quando acabou de abrir o vestido, virou-me para ele e abaixou as alças do vestido com rapidez. Ainda assim não me movi do lugar.

— Assim fica difícil.. — disse Jonattas, me encarando, enquanto tirava sua camisa e sapatos.

Dei de ombros e permaneci no mesmo lugar.

Jonattas então, puxou-me para ele e me beijou. Da mesma forma que ele me forçou à vir para perto dele, ele fazia com que nossas línguas ficassem juntas. Apenas retribuí o beijo por não haver outra saída. Em seguida, ele me despiu por completo e me fez deitar na cama rapidamente. Depois, subiu em cima de mim e abriu suas calças, abaixando a mesma rapidamente e de um jeito desajeitado. Assim que à tirou, ele ficou entre minhas pernas e voltou a me beijar, enquanto massageava meus seios com força. 

Ele me tocava e quem gemia era ele mesmo. 

Minha expressão não mudava para outra, ficava apenas séria e não mudava nem ao toque das mãos de Jonattas. Ele, então, penetrou sua masculinidade em mim, à principio de leve, mas logo em seguida fez movimentos de vai e vem com força. 
Nesta hora não pude evitar e soltei alguns gemidos. Porém foram poucos. Em seguida fechei os olhos e algumas lágrimas caíram de meus olhos.
Notando que eu não estava bem com aquilo, Jonattas me encarou, preocupado, e aos poucos foi parando o movimento. Quando parou por completo, saiu de dentro de mim e deitou-se ao meu lado.

— Te machuquei? — perguntou Jonattas, pegando em uma de minhas mãos e à acariciando.

Abri os olhos e balancei a cabeça negativamente.

— Ter que viver dessa forma é que me machuca.. — soltei minha mão e me sentei na cama.

Jonattas me encarou com uma expressão de arrependimento, e pegou sua camisa e me cobriu. 

— Sinto muito.. Sinto muito mesmo se não sou melhor que Marcus. — ele fez cara de choro e em seguida abaixou a cabeça, começando logo à chorar.

Efeito do álcool.

— Pois é, você não é.. — me levantei da cama e peguei minhas roupas do chão, começando logo à me vestir.

Assim que me vesti, Jonattas jogou sua carteira para mim e pegou no sono. 

Peguei apenas a quantia de dinheiro que era cobrado. Uma coisa que aprendi aqui, foi ser sempre honesta. Em seguida saí do quarto e tranquei a porta para que não usassem mais aquele quarto e se deparassem com um homem nu, dormindo. Dei o dinheiro à Dora e pedi para que ela me deixasse ir para meu quarto, pois eu estava exausta. Assim que ela permitiu, segui para a casa.

***

Stella Merchant-A Garota De Sorrisos Ensaiados é uma web novela criada originalmente por Thais Ribeiro, uma garota de apenas 17 anos. A história é resumida basicamente em sofrimento, onde no começo se inicia contando o pior dos sofrimentos vividos pela garota Stella. Sendo assim, a mesma cresce amargurada e acaba por se transformar em uma garota de sorrisos ensaiados no qual tem como explicação a falta de motivos para sorrir.




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