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Capítulo 5: Tentativas de Sorrir.
Capítulo 5: Tentativas de Sorrir.

Quando cheguei em casa, obrigaram-me à tomar um banho quente, seguido de leite quente. O dia não estava tão quente quanto costuma ser, então haviam riscos de eu ficar gripada. E não daria para ter uma grande estréia na noite, espirrando à cada 5 segundos.

***

Mais tarde, toda atenção se voltou à mim.Cabelo, maquiagem, roupas, sapatos, tudo fizeram por mim. Eu apenas aceitei tudo, sem reclamar. Até porque não tomaria muito o tempo de ninguém, já que as outras também teriam de se arrumar. A estrela da noite era eu, disso eu sei, porém elas também teria suas participações.
Quando estava tudo pronto, seguimos — glamourosas — para o local da festa. E ao chegar até o mesmo, confesso que senti um frio na barriga. Porém, procurei manter-me glamourosa, sem deslizes de vergonha ou ansiosidade.

***

Em pouco tempo, pessoas foram chegando. Era do sexo masculinos, todos eles, e de idades diferentes notavelmente.
Espiei por trás da cortina, tentando ao máximo controlar o frio na barriga. E conforme notei que todos sentavam-se bem na frente, para ter visão melhor, resolvi dispensar a vergonha para não decepcioná-los.

***

— Hoje teremos uma nova dançarina. — Dora começou a falar ao microfone, para a platéia — Tão bela como as outras, tão talentosa como as outras. Estão empolgados? — ela apontou o microfone para a platéia e a mesma respondeu"sim" em coral.

À segui em silêncio, mesmo se não havia preparado sorriso algum para encantar a platéia.
Ao chegar no camarim, Luli colocou-me diante do espelho.

— Sorria. — ordenou, ela.

À encarei um pouco insegura e depois voltei-me para o espelho. Encarei meu reflexo por um tempo, até que fiz um esforço para sorrir. O músculo de meus lábios moveram com um pouco de dificuldade, até que um sorriso se formou em meus lábios. Não era o mais verdadeiro, porém era meu máximo.

***

Quando as cortinas se abriram, encarei a platéia um pouco assustada, confesso. Eu nunca pensei que iria aparecer diante de um público tão grande. Em seguida pigarreei e segui para o centro do palco, onde havia um microfone em minha espera. Ao me aproximar do mesmo, a banda começou à tocar e as outras garotas também entraram no palco e tomaram seus lugares. No momento certo, comecei à cantar.

***

No final da apresentação, agradeci à todos pela atenção e desci do palco. Uma multidão de homens vieram até mim me dar os parabéns pela bela apresentação, e outros só estavam interessados em deitar-se comigo. 

— Com licença, senhores. Avistei alguém que me interessou! — menti, saindo imediatamente dali e caminhando pelo salão.

Eu estava com medo, e não tinha vontade alguma de ficar à sós com um desconhecido. Era minha primeira noite, e não queria começar assim. Foi aí que uma luz surgiu no fim de meu túnel, dois rapazes adentraram o salão — um pouco perdidos — olhando tudo com um certo encantamento.

Um deles era Marcus, o rapaz que conheci hoje à tarde. Caminhei até o mesmo, e ao me avistar, Marcus sorriu.

— Que mundo pequeno.. — disse Marcus, sorrindo.

— Parabéns pela apresentação, senhorita! — disse o outro rapaz, pegando em uma de minhas mãos e depositando um beijo delicado.

— Obrigada pela gentileza, senhor. — respondi, sorrindo um pouco. 

Procurei ser simpática, mesmo que meu sorriso era forçado.

— Senhor? Sem formalidade. Sou Jonattas! — ele retribuiu o sorriso.

— Então quer dizer que para ele você sorri? — disse Marcus, arqueando uma das sobrancelhas, num tom brincalhão.

— Cada um tem o que merece, querido Marcus! — disse Jonattas, se achando.

— Bom, tenho que iniciar meu trabalho. Me acompanhe, Marcus? — o encarei, sorrindo um pouco.

— O que? É simpática comigo e escolhe à ele? — disse Jonattas, para mim.

— Fazer o que.. Me atraio por loiros. — pisquei para Jonattas e soltei um riso.

Em seguida puxei Jonattas pelo pulso e logo tratei de sair dali.

***

Seguimos para o quarto, e assim que adentramos, tranquei à porta.

— Lhe dou desconto se passar o resto da noite aqui comigo. — segui até a janela e fechei as cortinas. Em seguida me sentei na cama e tirei os sapatos.

— Por que? — perguntou Marcus, sentando-se na ponta da cama.

— Não quero me sujeitar à deitar com um completo desconhecido. Ao menos já te vi alguma vez na vida.. — fiquei um pouco cabisbaixa.

Marcus se aproximou de mim e tocou em meu queixo, fazendo-me erguer o rosto e olhar para ele.

— Você não precisa fazer isso, se não quiser. — disse ele, acariciando uma de minhas bochechas com o polegar — Ao invés de transar, que tal só dançar? — ele se colocou de pé e me puxou para ele rapidamente.

Quase me desequilibrei, porém dessa vez ele estava forte e me segurou.

— Por que sempre que te vejo você está caindo? — perguntou-me ele, sumindo minhas mãos até a sua nuca.

— Não sei. Deve ser porque de uns anos para ca eu fico nervosa diante de um homem. Ou, porque você que sempre me pega desprevinida e me assusta, fazendo-me perder o equilibrio! — o respondi.

— Ou fica tonta quando fica diante de minha beleza! — disse ele, rindo, e envolvendo seus braços em minha cintura.

Não resisti e ri também. Porém, logo em seguida reprimi o sorriso e voltei com a expressão séria.

Em 5 anos, esta era a primeira vez que eu sorri verdadeiramente desde o fato ocorrido que me arrancou o sorriso. Eu não sabia o porque, porém eu me senti segura para fazer tudo diante de Marcus. Ele não me parecia perigoso, então eu tinha coragem de lhe demonstrar fraqueza.

Dançamos aquela música lenta que tocava no salão e podia ser ouvido ali, e continuamos à dançar juntos as demais músicas, até mesmo as dançantes. Estava tudo tão bom, me senti tão segura e à vontade ali. Porém, batidas na porta nos interromperam.

— Marcus, deixe um pouco de energia para o trabalho amanhã! — disse Jonattas, dando leves batidas na porta.

— Ah, que pena.. Eu estava me divertindo! — disse eu, para Marcus.

— Em breve eu volto! — disse Marcus, dando um beijo em minha bochecha e seguindo até a porta.

— Espere. — corri até ele e abri seu sinto. Em seguida abri alguns botões de sua camisa — Perfeito! — me afastei dele e deixei com que uma das alças de meu vestido, caíssem.

Assim que Marcus abriu a porta, peguei meus sapatos e aproveitei para sair com ele. Eu havia perdido a noção do tempo, ali, com Marcus. Graças aos céus já não dava tempo de servir à mais ninguém. Sendo assim, avisei à Dora e fui para casa.

***

Stella Merchant-A Garota De Sorrisos Ensaiados é uma web novela criada originalmente por Thais Ribeiro, uma garota de apenas 17 anos. A história é resumida basicamente em sofrimento, onde no começo se inicia contando o pior dos sofrimentos vividos pela garota Stella. Sendo assim, a mesma cresce amargurada e acaba por se transformar em uma garota de sorrisos ensaiados no qual tem como explicação a falta de motivos para sorrir.




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